quinta-feira, 20 de setembro de 2012
Fim de semana na Serra
Foi um belo fim de semana este último na serra. No Sábado eu, o Zé Duro, o Caldeira e a Teresa Cyrne rumámos à Azinha mas uma vez na descolagem a coisa estava brava. Apesar de o vento meteorológico ser fraco os ciclos eram contínuos e com demasiada intensidade. A conselho do Arnold decidimos esperar. Os deltas, em grande número (uns 7 ou 8) iam montando a tenda. Logo que os ciclos começaram a ter intervalos decentes descolaram dois parapentes, acho que o Daniel Folhas e o Luis Andorinha . Subiram bem e rumaram a NE para cima das eólicas mas logo caíram. O Miguel Ferrand já nos tinha advertido que, provavelmente, não dava para sair da serra pois encontraríamos sempre vento de frente para nos pôr no chão. Depois descolou o Arnold e aós muita luta, baixo, no vale, acabou por aterrar também. Saíram depois alguns deltas mas sem sucesso. A malta começou a ficar nervosa, tá bom de ver. Do Vitor Baía nem sombra, o que era também mau sinal. Do Vertical estava apenas o João Pinto. Estávamos nós neste sofrimento quando surge o team Wind vindo de Linhares, Sam, Nuno Gomes , Tiradentes, Alfaia, Valentina, Jorge Ferreira e o Durval Henke, brasileiro de Andradas. Aí animei um pouco porque se a coisa viesse a funcionar tínhamos boa companhia. Foi tiro e queda. Eram já perto das 15:30h descolaram duas delta, Hugo Pronto e Ricardo Costa, acho eu. Subiram bem e rumaram a Norte direitos a Linhares. Fizeram um bom voo ao que apurei depois, e depois foi um ver-se-te-avias. Tudo a descolar. Sam e Nuno à frente rumaram a Linhares assim que se apanharam aos 2200. Eu, Tiradentes, Alfaia e Durval fomos no encalce deles a ver o que dava (as deltas tinham desaparecido, o que era bom sinal). O Zé Duro, Caldeira e Teresa apesar de também terem subido muito bem preferiram ficar pelo vale pois tinham estadia marcada no Sameiro e não dava jeito nenhum irem para Linhares. Já no meio do planalto o Nuno Gomes informou pelo radio que a coisa estava a funcionar bem na transição, com boa térmica, o que muito me agradou ouvir pois nunca tinha feito aquela transição e ficar no meio do mato era algo que não me estava nada a apetecer. Uma vez em Linhares o Nuno esperou no tecto uns 20 minutos pela malta e uma vez reunido o rebanho, apontou a ENE, direito ao Vale de Azares onde já chegámos relativamente baixos. O Alfaia, esse, decidiu seguir N em Linhares e fez um excelente voo. Sobre o Vale de Azares a malta tomou opções diferentes : Nuno, Tiradentes e (acho) Durval, que seguiam um pouco adiantados, foram procurar térmica à direita, um pouco na deriva (soprava SW) mas a coisa não funcionou; O Sam seguiu para NNE e fez também um bom voo. Eu segui NE e tive a sorte de apanhar uma térmica mesmo a tempo de me safar. Subi perto dos 2000 e avancei rumo a uma terra grandita que agora sei que era Pinhel. A sustentação era muito boa e avançava bem rápido, subindo aqui e acolá, embora não muito. Ia eu assim munto sastifeito quando deparo com uma vale cavadíssimo à frente (Rio Águeda, sei agora), sem vislumbre de estrada ou povoação do lado de lá. Claro que não me pareceu boa ideia transpor o vale. Estava a 1800 mas ainda longe e não arrisquei. Virei a N por cima da estrada, ao longo da qual havia várias aldeias. Quase a chegar a uma delas (Mata de Lobos, onde aterrei) o telefone começou a apitar e não parava. Era a malta que estava já a ficar ralada (uns comigo e outros, maricas de m%$#%, com a hora de jantar que se aproximava ) . Enrolei uma descendente pois a restituição já se instalara e aterrei no meio de um rebanho de putos e respectivos cães, um dos quais, com grande hospitalidade, logo pregou uma valente mijadela na asa. A recolha Wind não demorou nada e seguiu-se jantar e convívio do melhor em Linhares. No Domingo deu voo local com fartura para todos em Linhares.
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