O dia começou na noite anterior. Belo jantar com a equipa quase completa. Subida ao monte para ver as estrelas cadentes e uma historinha antes de deitar. Motivação em alta.
Manga em Chaves para não variar. Corrida ao golo para Macedo de Cavaleiros, sem balizas apenas com Start. O espectro da roleta russa estava no ar. Saem os primeiros e o Cristiano e o Diniz marrecam. Os ciclos entravam, ora fracos, ora um pouco mais fortes. Tive de engonhar um pouco antes de sair da descolagem. No momento da descolagem ainda tive a pressão do director de prova, mas consegui controlar bem a situação e sair. Subi bem e juntei-me ao Bruno e ao Zé Duro por cima da descolagem, mas o grupo da frente já tinha saído. O Bruno arranca e deixa o grupo voando sozinho. Estávamos com 1600m e parecia bem para sair naquele grupo, para tentar encontrar uma boa linha sem perder muito. A primeira transição foi a mais difícil como o Nuno tinha avisado. Cheguei muito baixo à aldeia de Sá e estava já a morder um campo para aterrar. Estava a aldeia e a barlavento desta um pequeno monte com umas pedras e achei que tinha de sair térmica. Assim foi. Primeiro uma bolha, depois aguentar um pouco e lá se solta finalmente. Foi enrolar e derivar para cima de Valpassos e continuar a enrolar. Aqui finalmente definimos um grupo. Eu, o Louro e o Ventura fomos avançando juntos, com o Ventura sem medos a avançar sempre e a não ficar no engonhanço (muito bem). O Zé Duro tinha-se safado bem um pouco mais atrás e ia na frente do grupo bem posicionado. Até Mirandela passámos um rio com térmica antes e depois. O Zé Duro nesta passagem fica baixo e a coisa começa a complicar. Seguimos até Mirandela bastante altos e apenas o Zé vai a lamber o chão ( muito bem Zé). Consigo subir bem no rio, perto de Mirandela e ainda vejo o Zé quase no chão. Em Mirandela já via Macedo e pensei que o golo estava certo. Estava enganado. Uma má linha e um “boa” descendente deixam-me com aquela sensação de ficar novamente a 5, 6 kms do golo. Vejo o IP umas máquinas a trabalhar nas obras uma cordilheira e alguns pilotos numa rota por cima deste ponto. Saio completamente do caminho para o golo e aposto tudo nesta zona de pata a fundo porque é necessário chegar lá rapidamente. Momento do dia! A térmica estava lá. Aproveito e desfruto da última térmica mesmo até ao fim ( não era necessário subir tanto para chegar ao golo) o que me fez perder cerca de 5 minutos. O mais importante estava garantido. Chegada ao golo com toda aquela atmosfera. Passar por cima da aterragem e verificar quem está. Vejo com satisfação que o Bruno, a Sílvia o Tira-dentes estão por lá. O Ventura e o Louro tinha a certeza que estavam. Momentos de felicidade pura! Grande festa no golo com muitos abraços e beijinhos ( com a barba feita de manhã, com este objectivo…LOL) e com direito a Espumante para os 29 pilotos no golo. Venham mais dias assim.
Já no chão, agora com live tracking, os telefonemas de amigos que contam bastante e que por minha vontade estariam lá no golo a partilhar estas emoções.
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
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Parabéns tenera! Senti e partilhei essa tua emoção através das tuas palavras! Mais dias assim, raçudo!
ResponderEliminarAcompanhei esse teu voo via live tracking, fiquei com a sensação de por voarem em grupo as coisas tornaram-se mais fáceis. Cedo se percebeu que o golo andaria perto, e para o grupo todo. Nunca desistir e manter sempre altos índices de raça têm sido dos factores de sucesso mais importantes. Tem de ser esse o espírito, no teu relato Tenera, mostras bem isso.
ResponderEliminarEste foi um grande ano, uma excelente pré-época de muito treino valeram uma onda de excelentes resultados. Esta onda vai contaminar e de que maneira a próxima época.
Parabéns pelo Golo, parabéns pelo texto!
ResponderEliminarSem dúvida que já tinha saudades de ler algo assim! Com emoção do inicio ao fim!
Pró ano há mais... e espero com muitos mais golos!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarMuito obrigada pelo texto.
ResponderEliminarApesar do ano não ter sido bom para mim a nível de parapente, tenho voado com o live tracking e com os vossos relatos :)
Pedro, voar em grupo tem muitas vantagens. O ar torna-se "visível" e encontras térmicas dos outros e pode comparar linhas quando se vai em transição.
ResponderEliminarSandra, certamente vais voltar à nossa companhia em breve quando te sentires confortável de novo.
O livetracking é realmente uma inovação excelente para quando não podemos estar lá, mas bom bom é VOAR!!!
Um Abraço e Bons Voos,